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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Vida do bebê II

Quando nascer, o bebê será da família. Depois criança, jovem, adulto, será dono de si mesmo, será de suas paixões, será dos seus amigos, será da vida e será da morte.

Por enquanto, ele é meu.

[Janeiro de 2011]

Vida do bebê

Um bebê dentro da barriga não tem sexo, não tem religião, não tem preferência política, não tem culpa nem mágoas. Não tem vaidade.
O bebê tem vida.
E tem o apoio incondicional da mãe que o cria.
Dentro da barriga, o bebê não tem medo, nem tempo.
Tem é muita vida. A vida verdadeira, a vida pura. É forte, é corajoso, é decidido. Mas isso não são qualidades, nem virtudes, nem valores. São a sua condição de se manter vivo. Para além dele próprio, para além de mim, que o fabrico e o hospedo.
Se eu ficar deitada, sem fazer nada por agora, com preguiça, ele vive do mesmo jeito. O mérito da vida não é nem dele, nem meu. É a vida mesmo que é assim, independente.
O bebê está para mim como estou para ele. Merecemos o mesmo. E nos amamos sem sentimentalismos.

Que lindo que deve ser, ter vida e não ter personalidade. Aproveite bem bebê, porque depois nos tornamos chatos.

Janeiro de 2011