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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Já não sei mais

Sobrevivo?
estou anestesiada
desesperança, tédio, medo, mediocridade
tudo junto já não sei mais onde fiquei, onde estou indo, como era o caminho?
fiquei parada, olhando, esperando dar a hora de ir na escola buscar meu filho, todos os dias

Serei forte o suficiente?
Meu desespero será por mim ou por ele?
Me libertar de um casamento arruinado me fará melhor ou pior?
Sinto um peso nos olhos. Acordo mas continuou meio dormindo, quase todos os dias. Será por mim ou será por ele?
Preciso ser forte e tomar uma atitude. Acho que do jeito que está não dá mais. Mas tenho que fazer alguma coisa. Pra me encorajar, penso que se eu me tornar uma mulher independente, solteira, desquitada, Malu Mulher, posso me engajar mais nas coisas, posso ser mais eu. Mas será que não me afundarei no desespero?
Quanta sinceridade. Quanta mediocridade. Não poderia fazer isso pelo meu filho. Cometer os mesmos erros da minha mãe. Deus, quanto medo.
Será que eu teria dinheiro? Será que eu teria amigas e amigos? Será que eu teria coragem o suficiente?
Seria mais livre? Mais autêntica? Mais engajada?
Acho que sim. E tenho achado isso faz tempo. Sei que vai ser muito díficil. Tenho muito medo do silêncio. Dias inteiros de silêncio. Rios de silêncio. Dentro da cabeça, toc toc, a loucura a espreita, toc toc, como a minha mãe. Serei mais forte ou mais fraca do que a minha mãe? Ou posso me dar ao direito de ter fraquezas como ela e é ai que se encontra o feminismo?