é um dilaceramento
é um chão de fundo oco, que pode se quebrar
é um medo constante de se tornar inviável
é um vazio que não se preenche, apenas se esquece.
mesmo tendo mãe e pai
tenho não tenho. tenho não tenho.
tenho irmã. tenho filho. tenho até marido. estou tão sozinha esperando o dia que ficarei sozinha, insuportável, quero não quero. quero não quero. morro vivo morro.
vivo.
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domingo, 31 de julho de 2016
sexta-feira, 29 de julho de 2016
Conselho
Disseram assim: jogue a culpa fora e fique apenas com a responsabilidade.
Agora estou em pleno exercício de higienização da culpa. Qualquer sinal dela, xô pra lá! E tento ficar pensando como a responsabilidade agirá no lugar.
Por exemplo: hoje senti culpa por ter comprado um livro de poesia, mesmo não tendo tempo para ler nos próximos dias (já tenho outros tantos na fila de espera) e mesmo não tendo dinheiro sobrando. Então a responsabilidade, tomando seu protagonismo, falou: "mas também não estamos passando fome! Não vai ser um livrinho a mais de poesia que vai nos deixar pobre de uma hora para a outra".
Bom, dessa culpa até que consegui me livrar.
Mas são tantas, a todo momento! Hoje teve outra culpa, que conversando com duas amigas dei a entender que elas teriam dificuldade para conseguir trabalhos nessa fase, já que eu também tive. Falei no embalo da sinceridade, sem pensar muito. Saí com uma culpa terrível. Porque não disse a eles que seria tudo ótimo! O que sei eu do que será da sorte delas?
Se começo a reparar, talvez em cada ação, em cada fala, em cada dito ou não dito, eu sinto culpa. Nasci culpada! Merda.
Responsabilidade, você terá muito trabalho para dominar esse solo. Embora eu já tenha bastante de você, por onde vou também levo as minhas culpinhas de estimação.
Agora estou em pleno exercício de higienização da culpa. Qualquer sinal dela, xô pra lá! E tento ficar pensando como a responsabilidade agirá no lugar.
Por exemplo: hoje senti culpa por ter comprado um livro de poesia, mesmo não tendo tempo para ler nos próximos dias (já tenho outros tantos na fila de espera) e mesmo não tendo dinheiro sobrando. Então a responsabilidade, tomando seu protagonismo, falou: "mas também não estamos passando fome! Não vai ser um livrinho a mais de poesia que vai nos deixar pobre de uma hora para a outra".
Bom, dessa culpa até que consegui me livrar.
Mas são tantas, a todo momento! Hoje teve outra culpa, que conversando com duas amigas dei a entender que elas teriam dificuldade para conseguir trabalhos nessa fase, já que eu também tive. Falei no embalo da sinceridade, sem pensar muito. Saí com uma culpa terrível. Porque não disse a eles que seria tudo ótimo! O que sei eu do que será da sorte delas?
Se começo a reparar, talvez em cada ação, em cada fala, em cada dito ou não dito, eu sinto culpa. Nasci culpada! Merda.
Responsabilidade, você terá muito trabalho para dominar esse solo. Embora eu já tenha bastante de você, por onde vou também levo as minhas culpinhas de estimação.
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Moribundos
"Quase até o fim, o comerciante continua ativo o quanto pode. Sonha com tudo o que alcançou, e com o que ainda tem pela frente, levanta-se e percebe que o empregado esta morrendo congelado, deita-se sobre ele com seu grosso casaco aquecido, cai lentamente no sono e congela até morrer. Nikita, seu empregado camponês, entrega-se à morte pacientemente e sem resistir:
A ideia de morte, a qual provavelmente o levaria nesta mesma noite, cresceu dentro dele, mas não tinha nada de dolorosa ou terrível. Isso porque ele tivera muitos poucos dias felizes e de festa em sua vida, mas muitas semanas amargas, e estava cansado do trabalho incessante.
Tolstoi descreve a habitual subserviência do trabalhador a seu senhor terreno [...]. Tenta, portanto, deixar bem explicitada a conexão entre a maneira como uma pessoa vive e a maneira como morre"
Norbert Elias, A Solidão dos Moribundos, 1982
A ideia de morte, a qual provavelmente o levaria nesta mesma noite, cresceu dentro dele, mas não tinha nada de dolorosa ou terrível. Isso porque ele tivera muitos poucos dias felizes e de festa em sua vida, mas muitas semanas amargas, e estava cansado do trabalho incessante.
Tolstoi descreve a habitual subserviência do trabalhador a seu senhor terreno [...]. Tenta, portanto, deixar bem explicitada a conexão entre a maneira como uma pessoa vive e a maneira como morre"
Norbert Elias, A Solidão dos Moribundos, 1982
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sábado, 16 de julho de 2016
O metrô e os indivíduos
Will Eisner - Nova York: a vida na grande cidade [New York: life in the big city, 1986]
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segunda-feira, 11 de julho de 2016
Virginia Woolf
25/01/1882 - Inglaterra - 28/03/1941
Mrs Dalloway - 1925
Ao Farol/ Rumo ao Farol [To the lighthouse] - 1927
Ao Farol/ Rumo ao Farol [To the lighthouse] - 1927
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