"Quase até o fim, o comerciante continua ativo o quanto pode. Sonha com tudo o que alcançou, e com o que ainda tem pela frente, levanta-se e percebe que o empregado esta morrendo congelado, deita-se sobre ele com seu grosso casaco aquecido, cai lentamente no sono e congela até morrer. Nikita, seu empregado camponês, entrega-se à morte pacientemente e sem resistir:
A ideia de morte, a qual provavelmente o levaria nesta mesma noite, cresceu dentro dele, mas não tinha nada de dolorosa ou terrível. Isso porque ele tivera muitos poucos dias felizes e de festa em sua vida, mas muitas semanas amargas, e estava cansado do trabalho incessante.
Tolstoi descreve a habitual subserviência do trabalhador a seu senhor terreno [...]. Tenta, portanto, deixar bem explicitada a conexão entre a maneira como uma pessoa vive e a maneira como morre"
Norbert Elias, A Solidão dos Moribundos, 1982
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