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sábado, 20 de setembro de 2014

Tratado da Mulher Comum [em elaboração]


É  a mulher pardal.
é a mulher capim.

A mulher comum sabe que "vencer", seja lá o que isso signifique, lhe faria pensar que é superior aos outros. Mas não. Ela é comum.

A mulher comum é boa. Quando, na rodoviária, conversa com a moradora de rua, percebe que são feitas da mesma carne, mesmo espírito, mesma sorte. Não. A sorte é diferente. Mas poderia não ser.

[A moradora de rua lhe conta que se lava com sabonete Johnson no latrina do banheiro da rodoviária; antes, lava a latrina com uma esponja de louça. Conta-lhe que, assim, fica bem limpinha.]

Quando a mulher comum chora, suas lágrimas são muito importantes.

Qualquer lampejo de criatividade que a mulher comum sinta, lhe traz ansiedades, nervoso, tremores.

A mulher comum vê a artista dançar na TV e sente inveja. A jornalista fala tão bonito.


[Digo mulher comum para corrigir uma antiga distorção histórica. Se você é homem e tem alguma capacidade para lidar com seu machismo, poderá se identificar].

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