Todos somos diferentes.
Somos insuportavelmente muitos.
Andando na rua, assistindo à televisão, comendo pão francês.
Pequenas escolhas, grandes escolhas, de cada um.
Tão diferentes.
Expectativas de ser especial - pelo menos eu - os outros também, mas menos.
Não, vocês não estão entendendo: somos muitos.
Se ao menos meu sofrimento, ou o seu, estivesse em um filme famoso, valeria a pena?
Quantas vezes se nasce e se morre e se nasce em uma mesma vida?
Quantas vezes podemos morrer e morrer? Oh, céus, como pode ser difícil.
E sendo tantos...
Será que Deus olharia pra cada um?
Quando eu era criança,
e vovó contava que papai do céu dá a mão pra gente quando a gente precisa,
eu, no escuro do quarto escuro, olhando os desenhos da madeira na porta do banheiro sob a luz fraquinha que entrava pelo corredor,
imaginava,
será que a mão de Deus tem ao menos um dedinho pra cada pessoa na Terra?
Quantos muitos dedos teria que ter...
Somos insuportavelmente muitos.
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