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domingo, 12 de julho de 2015

Assovio

Ninguém abra a sua porta
para ver que aconteceu:
saímos de braço dado,
a noite escura mais eu.

Ela não sabe o meu rumo,
eu não lhe pergunto o seu:
não posso perder mais nada,
se o que houve já se perdeu.

Vou pelo braço da noite,
levando tudo o que é meu:
- a dor que os homens me deram,
e a canção que Deus me deu.



Cecília Meireles
Viagem
1938


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