Sobrevivo?
estou anestesiada
desesperança, tédio, medo, mediocridade
tudo junto já não sei mais onde fiquei, onde estou indo, como era o caminho?
fiquei parada, olhando, esperando dar a hora de ir na escola buscar meu filho, todos os dias
Serei forte o suficiente?
Meu desespero será por mim ou por ele?
Me libertar de um casamento arruinado me fará melhor ou pior?
Sinto um peso nos olhos. Acordo mas continuou meio dormindo, quase todos os dias. Será por mim ou será por ele?
Preciso ser forte e tomar uma atitude. Acho que do jeito que está não dá mais. Mas tenho que fazer alguma coisa. Pra me encorajar, penso que se eu me tornar uma mulher independente, solteira, desquitada, Malu Mulher, posso me engajar mais nas coisas, posso ser mais eu. Mas será que não me afundarei no desespero?
Quanta sinceridade. Quanta mediocridade. Não poderia fazer isso pelo meu filho. Cometer os mesmos erros da minha mãe. Deus, quanto medo.
Será que eu teria dinheiro? Será que eu teria amigas e amigos? Será que eu teria coragem o suficiente?
Seria mais livre? Mais autêntica? Mais engajada?
Acho que sim. E tenho achado isso faz tempo. Sei que vai ser muito díficil. Tenho muito medo do silêncio. Dias inteiros de silêncio. Rios de silêncio. Dentro da cabeça, toc toc, a loucura a espreita, toc toc, como a minha mãe. Serei mais forte ou mais fraca do que a minha mãe? Ou posso me dar ao direito de ter fraquezas como ela e é ai que se encontra o feminismo?
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terça-feira, 13 de dezembro de 2016
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
sábado, 15 de outubro de 2016
1986 - um ano importante, pra mim, entre tantos outros
Titãs - Cabeça de Dinossauro (1986)
Legião Urbana - Dois (1986)
Envelhecimento
Nos meus melhores sonhos, e nos piores, muito de mim me sinto em Clara.
É muito do que desejo, é muito do que temo.
Com contradições tão doídas que me custa fazer uma reflexão límpida sobre tanto.
Fica tudo emaranhado, então.
Claramente Clara, ainda que sem clareza, por alguns momentos.
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2016/10/1820800-o-fim-da-utopia-hippie-em-aquarius.shtml
É muito do que desejo, é muito do que temo.
Com contradições tão doídas que me custa fazer uma reflexão límpida sobre tanto.
Fica tudo emaranhado, então.
Claramente Clara, ainda que sem clareza, por alguns momentos.
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Sonia Braga
domingo, 31 de julho de 2016
órfã
é um dilaceramento
é um chão de fundo oco, que pode se quebrar
é um medo constante de se tornar inviável
é um vazio que não se preenche, apenas se esquece.
mesmo tendo mãe e pai
tenho não tenho. tenho não tenho.
tenho irmã. tenho filho. tenho até marido. estou tão sozinha esperando o dia que ficarei sozinha, insuportável, quero não quero. quero não quero. morro vivo morro.
vivo.
é um chão de fundo oco, que pode se quebrar
é um medo constante de se tornar inviável
é um vazio que não se preenche, apenas se esquece.
mesmo tendo mãe e pai
tenho não tenho. tenho não tenho.
tenho irmã. tenho filho. tenho até marido. estou tão sozinha esperando o dia que ficarei sozinha, insuportável, quero não quero. quero não quero. morro vivo morro.
vivo.
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sexta-feira, 29 de julho de 2016
Conselho
Disseram assim: jogue a culpa fora e fique apenas com a responsabilidade.
Agora estou em pleno exercício de higienização da culpa. Qualquer sinal dela, xô pra lá! E tento ficar pensando como a responsabilidade agirá no lugar.
Por exemplo: hoje senti culpa por ter comprado um livro de poesia, mesmo não tendo tempo para ler nos próximos dias (já tenho outros tantos na fila de espera) e mesmo não tendo dinheiro sobrando. Então a responsabilidade, tomando seu protagonismo, falou: "mas também não estamos passando fome! Não vai ser um livrinho a mais de poesia que vai nos deixar pobre de uma hora para a outra".
Bom, dessa culpa até que consegui me livrar.
Mas são tantas, a todo momento! Hoje teve outra culpa, que conversando com duas amigas dei a entender que elas teriam dificuldade para conseguir trabalhos nessa fase, já que eu também tive. Falei no embalo da sinceridade, sem pensar muito. Saí com uma culpa terrível. Porque não disse a eles que seria tudo ótimo! O que sei eu do que será da sorte delas?
Se começo a reparar, talvez em cada ação, em cada fala, em cada dito ou não dito, eu sinto culpa. Nasci culpada! Merda.
Responsabilidade, você terá muito trabalho para dominar esse solo. Embora eu já tenha bastante de você, por onde vou também levo as minhas culpinhas de estimação.
Agora estou em pleno exercício de higienização da culpa. Qualquer sinal dela, xô pra lá! E tento ficar pensando como a responsabilidade agirá no lugar.
Por exemplo: hoje senti culpa por ter comprado um livro de poesia, mesmo não tendo tempo para ler nos próximos dias (já tenho outros tantos na fila de espera) e mesmo não tendo dinheiro sobrando. Então a responsabilidade, tomando seu protagonismo, falou: "mas também não estamos passando fome! Não vai ser um livrinho a mais de poesia que vai nos deixar pobre de uma hora para a outra".
Bom, dessa culpa até que consegui me livrar.
Mas são tantas, a todo momento! Hoje teve outra culpa, que conversando com duas amigas dei a entender que elas teriam dificuldade para conseguir trabalhos nessa fase, já que eu também tive. Falei no embalo da sinceridade, sem pensar muito. Saí com uma culpa terrível. Porque não disse a eles que seria tudo ótimo! O que sei eu do que será da sorte delas?
Se começo a reparar, talvez em cada ação, em cada fala, em cada dito ou não dito, eu sinto culpa. Nasci culpada! Merda.
Responsabilidade, você terá muito trabalho para dominar esse solo. Embora eu já tenha bastante de você, por onde vou também levo as minhas culpinhas de estimação.
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Moribundos
"Quase até o fim, o comerciante continua ativo o quanto pode. Sonha com tudo o que alcançou, e com o que ainda tem pela frente, levanta-se e percebe que o empregado esta morrendo congelado, deita-se sobre ele com seu grosso casaco aquecido, cai lentamente no sono e congela até morrer. Nikita, seu empregado camponês, entrega-se à morte pacientemente e sem resistir:
A ideia de morte, a qual provavelmente o levaria nesta mesma noite, cresceu dentro dele, mas não tinha nada de dolorosa ou terrível. Isso porque ele tivera muitos poucos dias felizes e de festa em sua vida, mas muitas semanas amargas, e estava cansado do trabalho incessante.
Tolstoi descreve a habitual subserviência do trabalhador a seu senhor terreno [...]. Tenta, portanto, deixar bem explicitada a conexão entre a maneira como uma pessoa vive e a maneira como morre"
Norbert Elias, A Solidão dos Moribundos, 1982
A ideia de morte, a qual provavelmente o levaria nesta mesma noite, cresceu dentro dele, mas não tinha nada de dolorosa ou terrível. Isso porque ele tivera muitos poucos dias felizes e de festa em sua vida, mas muitas semanas amargas, e estava cansado do trabalho incessante.
Tolstoi descreve a habitual subserviência do trabalhador a seu senhor terreno [...]. Tenta, portanto, deixar bem explicitada a conexão entre a maneira como uma pessoa vive e a maneira como morre"
Norbert Elias, A Solidão dos Moribundos, 1982
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sábado, 16 de julho de 2016
O metrô e os indivíduos
Will Eisner - Nova York: a vida na grande cidade [New York: life in the big city, 1986]
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segunda-feira, 11 de julho de 2016
Virginia Woolf
25/01/1882 - Inglaterra - 28/03/1941
Mrs Dalloway - 1925
Ao Farol/ Rumo ao Farol [To the lighthouse] - 1927
Ao Farol/ Rumo ao Farol [To the lighthouse] - 1927
quinta-feira, 21 de abril de 2016
dor de cabeça
durmo mal
estou engasgada
me sinto enjoada
quieta
fechada
encurralada
trabalho feito louca mas sempre tenho culpa, não sei de onde vem, não tenho tempo nem dinheiro pra fazer psicanalise, vou fazer uma tese de bosta, um casamento..., tenho raiva das pessoas, irritações, como elas se suportam? eu nao.
nao estou bem.
um lixo
consegui algumas coisas outras não.
as que consegui me mortificam por ter que trabalhar muito, as que não me maltratam por me sentir incapaz
preciso me libertar
não sei onde é a saída
a página em branco, a letra preta, mas não acho.
algumas pretensões que eu tinha já não tenho mais, tenho outras no lugar
medíocres
tudo uma grande bosta, estou de saco cheio, meias palavras, meios olhares, sei, sei, claro, conheço, sim, sim, claro, fala na cara filho da puta
medíocre
como me maltrato
escolhas do destino
esse é o seu, conforme-se
ou não
as pessoas também são loucas
mas elas falam, elas têm voz
eu também tenho voz, pelo menos não sou assim chata, sou chata, não sou chata.
mais respeito por favor.
minha dor também doi
minha humildade é bonita, nao preciso ser melhor do que ninguem, e quantas vezes tenho vontade de pedir desculpas.
E tenho vontade de fumar.
Agora: não sei se fumo ou se só curto minha dor de cabeça.
Que merda
Estou desanimada.
estou engasgada
me sinto enjoada
quieta
fechada
encurralada
trabalho feito louca mas sempre tenho culpa, não sei de onde vem, não tenho tempo nem dinheiro pra fazer psicanalise, vou fazer uma tese de bosta, um casamento..., tenho raiva das pessoas, irritações, como elas se suportam? eu nao.
nao estou bem.
um lixo
consegui algumas coisas outras não.
as que consegui me mortificam por ter que trabalhar muito, as que não me maltratam por me sentir incapaz
preciso me libertar
não sei onde é a saída
a página em branco, a letra preta, mas não acho.
algumas pretensões que eu tinha já não tenho mais, tenho outras no lugar
medíocres
tudo uma grande bosta, estou de saco cheio, meias palavras, meios olhares, sei, sei, claro, conheço, sim, sim, claro, fala na cara filho da puta
medíocre
como me maltrato
escolhas do destino
esse é o seu, conforme-se
ou não
as pessoas também são loucas
mas elas falam, elas têm voz
eu também tenho voz, pelo menos não sou assim chata, sou chata, não sou chata.
mais respeito por favor.
minha dor também doi
minha humildade é bonita, nao preciso ser melhor do que ninguem, e quantas vezes tenho vontade de pedir desculpas.
E tenho vontade de fumar.
Agora: não sei se fumo ou se só curto minha dor de cabeça.
Que merda
Estou desanimada.
sábado, 5 de março de 2016
"Às noites, tornava a sentir a velha vontade de me matar. Uma vontade quase lírica, sem possibilidades de realização, decerto, mas que voltava a me tomar longas horas nas insônias; via o veneno no frasco, imaginava o golpe seco do punhal, depois a felicidade de ir me extinguindo, de sentir a vida fugindo devagarinho, como o sangue a pingar do pulso navalhado.
Para mim, pobre pequena, que na idade dos sonhos e das esperanças não sentia mais esperanças nem sonhos e me via num desespero gratuito, inteiramente só no mundo imenso, sem solução e sem destino, a morte parecia o porto, a tranquilidade, o limite. O que é difícil, entretanto, é me explicar direito, porque o tema já traz em si uma carga centenária de banalidade, é uma espécie de lugar-comum da tristeza humana, literária ou vivida.
Na morte voluntária, o que sempre me apavorou, naquele tempo como hoje, é essa tragicômica publicidade que a reveste. E a mim que sempre tive tão profunda aquela necessidade da morte, sempre me inspirou horror a ideia de dar também espetáculo para a plateia que fica, do odioso sensacionalismo do gesto, que é como um impudor póstumo.
E porque não me esquecia disso, cuidava então nas mortes discretas [...]
Rachel de Queiroz - As Três Marias [1939]
Para mim, pobre pequena, que na idade dos sonhos e das esperanças não sentia mais esperanças nem sonhos e me via num desespero gratuito, inteiramente só no mundo imenso, sem solução e sem destino, a morte parecia o porto, a tranquilidade, o limite. O que é difícil, entretanto, é me explicar direito, porque o tema já traz em si uma carga centenária de banalidade, é uma espécie de lugar-comum da tristeza humana, literária ou vivida.
Na morte voluntária, o que sempre me apavorou, naquele tempo como hoje, é essa tragicômica publicidade que a reveste. E a mim que sempre tive tão profunda aquela necessidade da morte, sempre me inspirou horror a ideia de dar também espetáculo para a plateia que fica, do odioso sensacionalismo do gesto, que é como um impudor póstumo.
E porque não me esquecia disso, cuidava então nas mortes discretas [...]
Rachel de Queiroz - As Três Marias [1939]
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domingo, 28 de fevereiro de 2016
Caminhada
As luzes são as mesmas
a emoção
epifanica
sair por ai
eu, 10 anos se passaram, ou mais, a cidade
Segue, sigo
Um homem boceja
um cachorro abana o rabo
eu sou fiel a mim mesma
obrigada.
Um chocolate na banca,
uma banda,
algumas mulheres ousadas,
o asfalto brilhando pela luz com chuva
Fiz o que devia, dívida, dividida
Cavei e inventei uma pessoa
um pouco cansada, mas com orgulho, quanta dignidade
sento no balcão, está vendo, sou eu,
a pele ao redor dos olhos já parece mais fina
você reparou?
Sou eu não sou?
Encontro.
a emoção
epifanica
sair por ai
eu, 10 anos se passaram, ou mais, a cidade
Segue, sigo
Um homem boceja
um cachorro abana o rabo
eu sou fiel a mim mesma
obrigada.
Um chocolate na banca,
uma banda,
algumas mulheres ousadas,
o asfalto brilhando pela luz com chuva
Fiz o que devia, dívida, dividida
Cavei e inventei uma pessoa
um pouco cansada, mas com orgulho, quanta dignidade
sento no balcão, está vendo, sou eu,
a pele ao redor dos olhos já parece mais fina
você reparou?
Sou eu não sou?
Encontro.
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
"E eu, eu já não tinha sonhos. Conhecer o quê? Homens se debatendo. Não, já não sonho com isso. Talvez eu queira ainda viver - viver certas horas. Para o mais, já gastei minhas curiosidades todas, desiludi-me depressa."
Maria Augusta
Rachel de Queiroz, 1939, As três Marias
Maria Augusta
Rachel de Queiroz, 1939, As três Marias
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
"Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir."
Descoberta do Mundo, Clarice Lispector
Descoberta do Mundo, Clarice Lispector
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"Vou até a janela e olho a noite brilhando de chuva. Vontade de recomeçar a escrever, mas quem decide? Se tenho ou não vocação. Lorena e Miguel não se entusiasmaram muito. Não se entusiasmaram nada. Mas não podem se enganar? Não devia ter rasgado, precipitação, histeria. Mas isso não tem problema, reescrevo se quiser."
Lia de Melo Schultz
As Meninas
Lygia Fagundes Telles, 1973
Lia de Melo Schultz
As Meninas
Lygia Fagundes Telles, 1973
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Notícia de jornal
Tenho medo de ficar muito velha e nunca conseguir morrer. Tenho conhecido alguns idosos assim e isso me assusta, mas talvez meu pesadelo seja pior que a realidade empírica que observo.
Sempre que leio a notícia sobre a morte de alguém famoso no jornal, por um segundo, sinto um certo alívio - o mundo continua no lugar, as pessoas em algum momento morrem, você não viverá para sempre -.
Reconheço que é um pensamento pouco racional, mas me é frequente.
Sempre que leio a notícia sobre a morte de alguém famoso no jornal, por um segundo, sinto um certo alívio - o mundo continua no lugar, as pessoas em algum momento morrem, você não viverá para sempre -.
Reconheço que é um pensamento pouco racional, mas me é frequente.
sábado, 9 de janeiro de 2016
Limiar
No limiar dos trinta
a vida está seca como a soleira
da porta
que se abre entreaberta e se fecha entrefechada
uma vida digna honesta dura séria ereta indo adiante
e eu parada no limiar
da porta
olhando
o que foi o que virá o que
Se assustando com os mesmos sustos: quanta gente no meu bairro cidade país planeta que nunca conhecerei!
Se deleitando com os mesmos segredos: só.
Me perdendo no transbordamento dos sentidos.
Como estarei daqui a dez anos?
Mais seca ou mais úmida?
Em ambos os solos brotam plantas, desde que.
a vida está seca como a soleira
da porta
que se abre entreaberta e se fecha entrefechada
uma vida digna honesta dura séria ereta indo adiante
e eu parada no limiar
da porta
olhando
o que foi o que virá o que
Se assustando com os mesmos sustos: quanta gente no meu bairro cidade país planeta que nunca conhecerei!
Se deleitando com os mesmos segredos: só.
Me perdendo no transbordamento dos sentidos.
Como estarei daqui a dez anos?
Mais seca ou mais úmida?
Em ambos os solos brotam plantas, desde que.
Liquidação
A casa foi vendida com todas as lembranças
todos os móveis todos os pesadelos
todos os pecados cometidos ou em via de cometer
a casa foi vendida com seu bater de portas
com seu vento encanado com sua vista do mundo
seus imponderáveis
por vinte, vinte contos.
Carlos Drummond de Andrade - Boitempo, 1968
todos os móveis todos os pesadelos
todos os pecados cometidos ou em via de cometer
a casa foi vendida com seu bater de portas
com seu vento encanado com sua vista do mundo
seus imponderáveis
por vinte, vinte contos.
Carlos Drummond de Andrade - Boitempo, 1968
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Das contradições do dinheiro
"Ainda que seja covarde, é valente aquele que pode comprar a valentia"
Karl Marx, Manuscritos Econômico-filosóficos, 1844
Karl Marx, Manuscritos Econômico-filosóficos, 1844
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