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quarta-feira, 18 de março de 2009

Sábado, 23:23h

Urbanamente selvagem,
Num beco cheio de mosquitos e cigarras e estrelas, imaginárias.
Saio para vê-las, da janela do meu apartamento,
Meu rosto pra fora,
Bate um vento, lento... não, mentira, não sinto nada agora...
Talvez, um sinto muito,
E peço tua ajuda,
Lá longe,
Possivelmente no meio da floresta,
Entre barracos e traficantes e putas e putos,
Eu estaria lá?
Eu sinto sim,
Por estar nessa situação,
Por ter que abusar das imagens e indevidamente da ação.
Logo, proposição: por ser essa porra.

Masmorra,
No meio da avenida,
Tida como linda,
Eu e ela,
E os carros passam por cima de nós.
A sós,
Madrugada,
Gelada,
Eu e ela, e minha geladeira
Cheia de cervejas e solidão...
Quer saber: Quer mesmo:
Vão, que todos saiam e nos deixem,
Poeirentas e confusas,
Difusas,
Fuja, vá.
Vá, vá, fique!
Que se deixar abuso,
É?
Quer ficar? Então ouça e não grite.
Apenas compreenda,
Pois eu estou aqui – isso não basta?
Com um cigarro na mão.
Isso te mata?
Dá-te ódio?
A mim também
Bem, eu sei, faz mal.
Acendo outro, e daí?
Problemas...
Velhos e chatos dilemas
Chegam a perder a graça...
Chega? Vamos? Sairemos?
Com ou sem, migo ou contigo?
Consigo? sigo meus bichos,
Rio e arrisco, arisca, mio,
E você... não sabia... de todas essas, essas...
Selvagerias...
É baby, cavalos correm por meus campos,
Melancólicos, bucúlicos,
E chega de Bukowski,
Já disse que não pode, não dá.
Seria suicídio, já foi, ainda é.
Sempre será? Será?
Diz ele irônico
Quem saberá?
Muito menos nós
Tolos
Bobos
Todos?
Há! Há! Há!
Na verdade, são lobos que correm,
E deve ser noite de lua cheia,
Não vejo porque no prédio da frente, no andar acima do meu, tem um outro apartamento, uma mulher que assiste novela,
Mas eles uivam, ouço por trás do barulho daquela televisão, uivam.
...
Eu gosto do teu senso de humor
Aliás, é só isso,
Só isso que posso,
Só isso que forço,
Isso que agüento.
Querido, tá, eu paro de falar, de pensar, de nos matar.
Antes,
Suspiro, sobrevivo e lamento.
Depois, te olho, te falo:
Desculpe-me.
E agora vamos que estou mais calma.
Mas espere aí! Vou por uma blusa mais clara.
(19/02/2005)

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