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domingo, 24 de dezembro de 2017

Natal

Você conhece aquele ditado? -
foi o que o pai disse ao telefone -
"em árvore frondosa não nascem bons frutos".
A árvore sou eu, filhas.



sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Literatura Britânica - British Literature

William Shakespeare (1564-1616)

Jane Austen (1775-1817)
- 1813 - Pride and Prejudice / Orgulho e Preconceito

Willian Blake (1757-1827)

Mary Shelley (1797-1851)
- 1818 - Frankstein

Charles Dickens (1812-1870)
- 1838 - Oliver Twist
- 1860 - Grandes Esperanças

Charlotte Brontë (1816-1855)

Oscar Wilde (1854-1900)
- 1890 - O retrato de Dorian Gray

Arthur Conan Doyle (1859-1930)
- 1891 - As Aventuras de Sherlock Holmes

Virginia Woolf (1882-1941)
- 1925 - Mrs Dalloway
- 1928 - Rumo ao Farol

Aldous Huxley (1894-1963)

George Orwell (1903-1950)

Doris Lessing (1919-2013)




segunda-feira, 27 de novembro de 2017

American Literature - Literatura dos Estados Unidos (em desenvolvimento)

Herman Melville (1819-1891)
-1851 - Moby Dick

Walt Withman (1819-1892)

Emily Dickson (1830-1886)

Mark Twain (1835-1910)
- 1876 - The Adventures of Tom Swyer
- 1885 - The Adventures of Huckleberry Finn / As aventuras de Huck Finn

F. Scott Fitzgerald (1896-1940)
- 1925 - O Grande Gatsby / The Great Gatsby

Willian Faulkner (1897-1962)
- 1929 - O som e a fúria / The Sound and the Fury

Ernest Hemingway (1899-1961)
- 1940 - Por quem os sinos dobram / For Whom the Bell Tolls
- 1952 - O Velho e o mar / The Old Man and the Sea

Elisabeth Bishop (1911-1979)

John Cheever (1912-1982)

J.D. Salinger (1919-2010)
- 1951 - O apanhador no campo de centeio / The Catcher in the rye

Charles Bukowski (1920, Alemanha -1994)
- 1982 - Misto Quente - Ham on Rye

Jack Kerouac (1922-1969)
- 1957 - On the road / Pé na estrada

Truman Capote (1924-1984)
- 1958 - Breakfast at Tiffany's

Harper Lee (1926-2016)
1960 - To Kill a Mockingbird / O sol é para todos

Sylvia Plath (1932-UK, 1963)
- 1963 - The Bell Jar

sábado, 25 de novembro de 2017

"É que tudo que eu tenho não se pode dar. Nem tomar. Eu mesma posso morrer de sede diante de mim. A solidão está misturada à minha essência..."

Perto do Coração Selvagem, C.L., 1943


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

- Guria, guria, muria, leria, seria..., cantava o homem voltado para Joana. Que é que tu vais ser quando cresceres e fores uma moça e tudo?
- Quanto ao tudo ela não tem a menor ideia, meu caro, declarava o pai, mas se ela não se zangar te conto seus projetos. Me disse que quando crescer vai ser herói...
O homem riu, riu, riu. Parou de repente, segurou o queixo de Joana e enquanto ele segurava ela não podia mastigar:
- Não vai chorar pelo segredo revelado, não é, guria?

Perto do Coração Selvagem, 1943, C.L.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Acariciando cismas

"Vinha a noite aos poucos e eu continuava a pensar, acariciando cismas, excitando recordações, rememorando minha infância, as fisionomias que ela viu e os fatos que presenciou."


Recordações do escrivão Isaías Caminha, 1917
Lima Barreto

Um pé de milho - Rubem Braga


Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua, o que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais importante da semana aconteceu com o meu pé de milho. Aconteceu que, no meu quintal, em um monte de terra trazida pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim - mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa. Secaram as pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente que aquilo era capim. Quando estava com dois palmos, veio um outro amigo e afirmou que era cana. 

Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança suas folhas além do muro e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais - mas é diferente.

Um pé de milho sozinho, em um canteiro espremido, junto do portão, numa esquina de rua - não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrealistas - mas na lógica de seu crescimento, tal como vi numa noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo empinado, de crinas ao vento e em outra madrugada, parecia um galo cantando.

Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores lindas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que me fazem bem. É alguma coisa que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. Eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da rua Júlio de Castilhos.

Dezembro, 1945

Rubem Braga

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Vida social das coisas

"As botinas, os chapéus petulantes, o linho das roupas brancas, as gravatas ligeiras, pareciam dizer-me: "Veste-me, ó idiota! nós somos a civilização, a honestidade, a consideração, a beleza e o saber. Sem nós não há nada disso; nós somos, além de tudo, a majestade e o domínio!"

Recordações do escrivão Isaías Caminha - 1917


Dos desafios de ser doutor no início do século XX

"Ah! Seria doutor! Resgataria o pecado original do meu nascimento humilde, amaciaria o suplício premente, cruciante e onímodo de minha cor..."

"Ah! Doutor! Doutor!... Era mágico o título, tinha poderes e alcances múltiplos, vários, polimórficos... Era um pallium [manto que cobre os ombros], era alguma coisa como clâmide sagrada, tecida com um fio tênue e quase imponderável, mas a cujo encontro os elementos, os maus olhares, os exorcismos se quebravam. De posse dela, as gotas da chuva afastar-se-iam transidas do meu corpo, não se animariam a tocar-me nas roupas, no calçado sequer. O invisível distribuidor dos raios solares escolheria  os mais meigos para me aquecer, e gastaria os fortes, os inexoráveis, com o comum dos homens que não é doutor. Oh! Ser formado, de anel no dedo, sobrecasaca e cartola, inflado e grosso, como um sapo-entanha antes de ferir a martelada à beira do brejo; andar assim pelas ruas, pelas praças, pelas estradas, pelas salas, recebendo cumprimentos: Doutor, como passou? Como está, doutor? Era sobre-humano!..." (p.75)

"Houve ocasião em que ele exprobrou essa nossa mania de empregos e doutorado, citando os ingleses e os americanos. "Todo mundo quer ser doutor..." Corei indignado e respondi com alguma lógica, que me era impossível romper com ela; se os fortes e aparentados, os relacionados para a formatura apelavam, como havia eu, mesquinho, semiaceito, de fazer exceção?" (p. 120)

Recordações do escrivão Isaías Caminha - 1917

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Eu confesso, tu confessas, nós confessamos


“confessam-se os crimes, os pecados, os pensamentos e os desejos, confessam-se passado e sonhos, confessa-se a infância; confessam-se as próprias doenças e misérias; emprega-se a maior exatidão para dizer o mais difícil de ser dito; confessa-se em público, em particular, aos pais, aos educadores, ao médico, àqueles a quem se ama; fazem-se a si próprios, no prazer e na dor, confissões impossíveis de confiar a outrem, com o que se produzem livros. Confessa-se – ou se é forçado a confessar. [...] O homem, no Ocidente, tornou-se um animal confidente”

 (Foucault, 1976, História da Sexualidade, capítulo 3). 


quarta-feira, 27 de setembro de 2017

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Como amar uma mãe (aprenda com Barthes)

28.

"Sozinho no apartamento em que ela há pouco tinha morrido, eu ia assim olhando sob a lâmpada, uma a uma, essas fotos de minha mãe, pouco a pouco remontando com ela o tempo, procurando a verdade da face que eu tinha amado. E a descobri."

29.

[...]

"Durante sua doença, eu cuidava dela, estendia-lhe a tigela de chá de que ela gostava, porque nela podia beber de maneira mais cômoda do que em uma xícara, ela se tornara minha pequena filha, confundindo-se, para mim, com a criança essencial que ela era em sua primeira foto. Em Brecht, por uma inversão que outrora eu admirava muito, é o filho que educa (politicamente) a mãe; contudo, jamais eduquei minha mãe; jamais a converti ao que quer que fosse; em certo sentido, jamais lhe "falei", jamais "discorri" diante dela, para ela; pensávamos, sem nos dizer, que a insignificância ligeira da linguagem, a suspensão das imagens, devia ser o espaço mesmo do amor, sua música."

Roland Barthes - A câmara clara [1980]

terça-feira, 29 de agosto de 2017

William Klein


Imagem relacionada

William Klein  (EUA, 1928)

"a leitura do punctum é ao mesmo tempo curta e ativa, encolhida como uma fera" Barthes - câmara clara, 1980
Richard Avedon (1923-2004) - NY

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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Sobre a contradição


"Sofia dobrou o papel, não já com tédio, senão com despeito, e por dois motivos que não se contradizem; mas a contradição é deste mundo."

Quincas Borba - Machado de Assis, 1891

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Dos desafios de ser doutor(a) no século XIX

"Estevão era mais ou menos o mesmo homem de dois anos antes. Vinha cheirando ainda aos cueiros da academia, meio estudante e meio doutor, aliando em si, como em idade de transição, o estouvamento de um com a dignidade do outro." (p. 16).

"Guiomar não tinha dificuldade nenhuma em reter o que a mãe lhe ensinava, e com tal afinco lidava por aprender, que a viúva - ao menos nessa parte -, sentia-se venturosa. Hás de ser a minha doutora, dizia-lhe muita vez; e esta simples expressão de ternura alegrava a menina e lhe servia de incentivo à aplicação" (p. 32).



A mão e a luva [1874] - Machado de Assis

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Sobre a distinção e o orgulho (repassado de susto)

"Na primeira noite de representação lírica, Fernando levou ao teatro a família. Foi uma festa para as três senhoras; D. Camila, apesar de sua lhaneza e modéstia, sentiu ao atravessar a multidão pelo braço do filho um aroma de orgulho, mas desse orgulho repassado de susto, que é antes a consciência da própria humildade, do que desvanecimento de egoísmo. As filhas partilhavam este sentimento; e acreditavam que todas as outras moças lhe invejavam aquele irmão." (Narrador, p.47)

"O ouro desprende de si não sei que miasmas que produzem febre, e causam vertigens e delírios. É necessário ter um espírito muito forte para resistir a essa infecção" (Aurélia, p. 170)

"Aqueles que se exercitam em jogar as armas, pensam que tudo se decide pela força. O mesmo acontece com o dinheiro. Quem o possui em abundância persuade-se que tudo se compra" (Aurélia, p. 170).

Senhora (1875), José de Alencar (1829-1977)

"[Em Senhora] Trata-se da compra de um marido; e teremos dado um passo adiante se refletirmos que essa compra tem um sentido social simbólico, pois é ao mesmo tempo representação e desmascaramento de costumes vigentes da época, como o casamento por dinheiro. Ao inventar uma situação crua do esposo que se vende em contrato, mediante pagamento estipulado, o romancista desnuda as raízes da relação, isto é, faz uma análise socialmente radical, reduzindo o ato ao seu aspecto essencial de compra e venda." (Antonio Candido in Literatura e Sociedade, Capítulo 1, Crítica e Sociologia).

terça-feira, 4 de julho de 2017

Verdades e segredos

potencialidades
dor
coragem
Por exemplo, é descobrir que minha avó foi babá e ninguém me contou.
é descobrir
vergonha
criatividade
Baixada Fluminense
é sentir prazer sozinha de ser quem se é
debaixo do cobertor
muitos pensamentos
muitos corpos
potencialidades enquanto há vida
fotografias

sábado, 10 de junho de 2017

ODE AO BURGUÊS

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
O burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
É sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

[...]

Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte e infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante!

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!

Fora! Fu! Fora o bom burguês!

[Paulicéia Desvaira, 1922]
[Mário de Andrade]

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Sina

O homem.

A postura,
A imagem,
O cheiro,
O comportamento,
As lamentações.
Acho que minha paciência chegou ao fim.
Sei que tudo isso é muito difícil, e todos nós somos seres humanos absolutamente questionáveis, e que o dinheiro é curto, e as paranoias e traumas são muitas, e eu também estou para além do que seria considerada uma pessoa 'fácil de lidar', mas acho que cheguei no meu limite.

Talvez seja a sina das mulheres de nossas famílias,
Permanecerem sozinhas, corajosas e tristes.
Todas passam por isso,
Acho que minha hora vai chegando.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Meu coração palpita
Mãos do além estrangulam meu pescoço
Tento respirar fundo
Abro a janela
tiro o casaco que me fecha
Sinto um gosto de sangue
Recordo de Maria Celia, a professora, fustigada pelos alunos antes de descobrir que tinha Alzheimer
Como se fosse um pesadelo (mas estou bem acordada) lembro de sua imagem confusa entrando atrasada em sala de aula, procura papeis, procura ideias em sua cabeça, alunos se olham enfadados, mimados, exigentes. 
Eu, estou excessivamente viva, mas descontrolada. 
Minhas memórias estão em looping, pensamentos obsessivos, dor nas costas, pernas, braços, pescoço. Muito pensamentos, muitos, me sufocam. 
Ela, a professora, não se lembra de mais nada. Será um alívio triste?
Sigamos enquanto é possível.


[Era gripe.] 

sexta-feira, 7 de abril de 2017

O Ateneu - o início e o fim


Resultado de imagem para o ateneu crônica de saudades

"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta."


"O tédio é a grande enfermidade da escola, o tédio corruptor que tanto se pode gerar de monotonia do trabalho como da ociosidade"


"Aqui suspendo a crônica das saudades. Saudades verdadeiramente? Puras recordações, saudades talvez, se ponderarmos que o tempo é a ocasião passageira dos fatos, mas sobretudo - o funeral para sempre das horas"

Rio, Janeiro-Março de 1888.






Raul Pompéia (1863-1895)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Sobre o não casamento de Conceição

"Num relevo mais forte, tão forte quanto nunca o sentira, foi-lhe aparecendo a diferença que havia entre ambos, de gosto, de tendências, de vida. [...] Ele lhe parecia agora como um desses recantos da mata, próximo ao riacho, num sombrio misterioso e confortante. Passando num meio-dia quente, ao trote penoso do cavalo, a gente para ali, olha a sombra e o verde como se fosse para um cantinho de céu...
Mas volvendo depois, numa manhã chuvosa, encontra-se o doce recanto enlameado, escavacado de minhocas, os lindos troncos escorregadios e lodosos, os galhos de redor pingando tristemente.
Da primeira vez, pensa-se em passar a vida inteira naquela frescura e naquela paz; mas à última, sai-se com o coração pesado, curado de bucolismo por muito tempo, vendo-se na realidade como é agressiva e inconstante a natureza..."

O Quinze, Rachel de Queiroz, 1930


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O enfermeiro - Machado de Assis

Adeus, meu caro senhor. Se achara que esses apontamentos valem alguma coisa, pague-me também  com um túmulo de mármore, ao qual dará por epitáfio esta emenda que faço aqui ao divino sermão da montanha: "Bem aventurados os que possuem, porque eles serão consolados".


In: Mário de Andrade: seus contos preferidos, Luiz Rufatto (org), Ed. Tinta Negra.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

[...] "não se constranja, meu irmão, encontre logo a voz solene que você procura, uma voz potente de reprimenda, pergunte sem demora o que acontece comigo desde sempre, componha gestos, me desconforme depressa a cara, me quebre contra os olhos a velha louça lá de casa", mas me contive [...]



6.
Desde minha fuga, era calando minha revolta (tinha contundência o meu silêncio! tinha textura a minha raiva!) que eu, a cada passo, me distanciava lá da fazenda, e se acaso distraído eu perguntasse "para onde estamos indo?" - não importava que eu, erguendo os olhos, alcançasse paisagens muito novas, quem sabe menos ásperas, não importava que eu, caminhando, me conduzisse para regiões cada vez mais afastadas, pois haveria de ouvir claramente de meus anseios um juízo rígido, era um cascalho, um osso rigoroso, desprovido de qualquer dúvida: "estamos indo sempre para casa".



"[...] sendo que só os tolos, entre os que foram atirados com displicência ao fundo, tomam de empréstimo aos que estão por cima a régua que estes usam para medir o mundo;"



Lavoura Arcaica, 1975, Raduan Nassar

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Projeto Minha Literatura Brasileira


1852 – Memórias de um Sargento de Milícias – Manuel Antonio de Almeida
1859 - Úrsula - Maria Firmina dos Reis
1874 – A mão e a Luva – Machado de Assis
1875 – Senhora – José de Alencar
1881 – Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
[1888 – Abolição / 1889 – Proclamação da República]
1888 – O Ateneu – Raul Pompeia
1890 – O Cortiço – Aluísio Azevedo
1891 - Quincas Borba - Machado de Assis
1899 – Dom Casmurro – Machado de Assis

1901- A Falência - Júlia Lopes de Almeida
1909 – Recordações do Escrivão Isaias Caminha – Lima Barreto

1911 – Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto

1924 – Memórias Sentimentais de João Miramar – Oswald de Andrade
1928 – Macunaíma – Mario de Andrade

1930 – Libertinagem – Manuel Bandeira
1930 – O quinze – Rachel de Queiroz
1934 – São Bernardo – Graciliano Ramos
1937 – Capitães de Areia – Jorge Amado
1938 – Vidas Secas – Graciliano Ramos
1939 – Viagem – Cecília Meireles
1939 – As Três Marias – Rachel de Queiroz

1943 – Perto do Coração Selvagem – Clarice Lispector
1943 – Fogo Morto - José Lins do Rego
1943 – Vestido de noiva – Nelson Rodrigues
1945 – A Rosa do Povo – Carlos Drummond de Andrade
1947 – Contos Novos – Mario de Andrade

1951- Claro Enigma - Carlos Drummond de Andrade
1956 – Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa
1958 – Gabriela, Cravo e Canela – Jorge Amado
1959 – Crônica da Casa Assassinada – Lucio Cardoso

1960 – Laços de Família – Clarice Lispector
1962 – Primeiras Estórias – Guimarães Rosa
1964 – A Paixão Segundo GH – Clarice Lispector

1969 – Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres – Clarice Lispector

1973 – As Meninas – Ligia Fagundes Telles
1975 – Lavoura Arcaica – Raduan Nassar
1977 – A Hora da Estrela – Clarice Lispector
1977 – Tieta do Agreste – Jorge Amado
1979 – O cobrador – Rubem Fonseca
1979-  Anarquistas Graças a Deus – Zélia Gattai

1982 – A Obscena Senhora D - Hilda Hilst
1984 – Senhora Dona do Baile – Zélia Gattai
1989 - Boca do Inferno  - Ana Miranda

1992 – Memorial de Maria Moura –Rachel de Queiroz

2001 – Eles eram muito cavalos – Luiz Rufatto

2005 – Cinzas do Norte – Milton Hatoum 

2014 - Quarenta Dias - Maria Valéria Rezende
"E o mundo não é um laboratório de anatomia nem os homens são cadáveres que devam ser estudados passivamente."

"Eis aí a concepção bancária da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los" (p. 80)
"Só existe saber na invenção, na reivenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros. Busca esperançosa também." (p. 81)

"É que, se os homens são estes seres da busca e se sua vocação ontológica é humanizar-se, podem, cedo ou tarde, perceber a contradição que a educação bancária pretende mantê-los e engajar-se na luta por libertação".

Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido, 1967

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Punição

"E eu vou ficar aqui, às escuras, até não sei que hora, até que, morto de fadiga, encoste a cabeça e descanse uns minutos."

Paulo Honório
São Bernardo - Graciliano Ramos, 1934